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Cocteu e Orfeu, Orfeu e Cocteu

Jean Maurice Eugène Clément Cocteau (Maisons-Lafitte, 5 de julho de 1889 — Milly-la-Forêt, 11 de outubro de 1963). Foi um poeta, romancista, dramaturgo, diretor de cinema, designer, pintor, ator, diretor de palco, produtor de balé, patrono, criador de mitos, Cocteau conseguiu conjugar com maestria os novos e velhos códigos verbais, linguagem de encenação e tecnologias do modernismo para criar um paradoxo: um avant-garde clássico. 

Nascido em uma pequena vila proximo a Paris, Jean Cocteau foi um dos artistas e intelectuais mais versáteis do século XX. Sob a influência de vários movimentos artísticos na França, escreveu romances e peças de teatro, escreveu libretos para Stravinsky, desenhou balés, criou filmes com potencial cult e foi também um desenhista talentoso. Os mitos e o irreal desempenham um papel importante. Ele era bem conhecido e amigo dos grandes nomes de seu tempo: Pablo Picasso, Edith Piaf, Man Ray, Aristide Maillol. Com Jean Marais, seu parceiro, fez filmes que se tornaram imortais. Seu trabalho gráfico é inconfundível e mágico e não perdeu nada de seu apelo até hoje.

Jean Cocteau e Pablo Picasso. Testament of Orpheus.

Cocteau foi afligido com um alto grau de afeto de Orfeu, já havia feito do mito de Orfeu uma peça e um filme, estava quase obcecado com a ideia de que todo poeta vivia na quarta dimensão – especialmente Orfeu e ele. Le Testament d’Orphée  foi o ultimo filme de Cocteau, o qual conta a historia de um poeta do século dezoito que viaja através do tempo em busca da sabedoria divina.

O perfil grego do menino é um desenho espontâneo executado com uma linha decididamente segura, que Cocteau converteu em litografia.

O mito de Orfeu 

Orfeu é um músico, poeta e profeta lendário na religião grega antiga. “Aristóteles acreditava que Orfeu nunca existiu; mas para todos os outros escritores antigos ele era uma pessoa real, embora vivesse na antiguidade remota. A maioria deles acreditava que ele viveu várias gerações antes de Homero”.

Ele foi um dos poucos heróis gregos a visitar o Sob mundo e retornar, Com a missão de Resgatar sua amada esposa Eurídice. Seu mito nos lembra de que o amor resiste a tudo, inclusive à própria morte. Quando alguém ama verdadeiramente, é capaz de ir até o inferno para estar na companhia do ser amado. O amor de Orfeu e Eurídice evoca aquele amor que é capaz de ir até mesmo além da morte.

Os gregos da era clássica veneravam Orfeu como o maior de todos os poetas e músicos; dizia-se que, enquanto Hermes inventou a lira, Orfeu a aperfeiçoou. Poetas como Simônides de Ceos disseram que a música e o canto de Orfeu podiam encantar os pássaros, peixes e feras, persuadir as árvores e as rochas a dançar e desviar o curso dos rios.  Orfeu é uma das figuras mais significativas na recepção da mitologia clássica na cultura ocidental, retratada ou mencionada em inúmeras formas de arte e cultura popular, incluindo poesia, cinema, ópera, música e pintura.

Referências

1.^ “O TESTAMENTO DE ORFEU”. leopardo filmes. Pagina visitada em 12 de março de 2022.

2.^ “Jean Cocteau: ‘Um poeta nunca pode morrer'”. the arts desk. 11 de outubro de 2013. Pagina visitada em 12 de março de 2022.

3.^ “OBRAS PRIMAS LANÇA COLETÂNEA DE FILMES DE JEAN COCTEAU“. cinema classico. 02 de julio de 2018. Pagina visitada em 12 de março de 2022.

4.^ “Orfeu e Eurídice – Mitos inspiram a arte”. Educação UOL. Pagina visitada em 12 de março de 2022.